““A
natureza cria formas, dimensões, texturas e tons diferentes... O homem
compõe harmoniosamente todos os elementos que a terra doa; assim, a arte
humana funde-se à arte divina criando efeitos e contrastes... surgindo o
trabalho à quatro mãos na fusão perfeita da criação de Flávio e
Adelaide”.
A terra que a tudo doa e tudo dá... A vida nos dá oportunidades das
quais temos que ter a sensibilidade da alma para percebemos os recados
por ela enviado todos os dias... Os cantos dos pássaros, o nascer ou pôr
do sol, o desabrochar de uma flor, enfim... ao abrirmos os olhos requer
uma atenção muito maior que o próprio ato!
José Flávio Ferraz Bueno, 41 (o professor Flávio) e Mª Adelaide Quagleo,
46, pais do casal Fernanda, 17 e Vinícius, 18, cruzaram caminhos
diversos até que um dia o cair da folha de uma palmeira os trouxe para o
despertar da arte de serem artesãos.
Nascido na cidade de Itapira-SP, Flávio trabalhou muitos anos como Engº
Civil em Campinas. Em 91 abandonou suas funções e passou a organizar
competições esportivas nas cidades de quase todo o estado, foi ele quem
trouxe o primeiro campeonato de triatlon para o Litoral Norte, passando
a conhecer Ubatuba em sua intimidade. Conheceu a caiçara ubatubense
Adelaide em Campinas quando estava fazendo a faculdade de Biologia,
porém seus caminhos tomaram seguimentos diferentes. Até que o destino
preparou uma daquelas ciladas da qual só mesmo os céus podem explicar,
tem coisas dizem os mais velhos: “ Está escrito!” Ele veio morar em
Ubatuba seis anos depois que ela havia retornado à sua terra natal,
assim unindo-se para sempre. Flávio iniciou sua carreira de professor de
matemática, Adelaide trabalhava em um dos departamentos da prefeitura.
Em meados de 97 Adelaide deixa seus encargos... Um belo dia Flávio
sentado em sua varanda observa o cair de uma folha de sua palmeira e
transforma-a... como uma brincadeira inocente de criança... em uma
fascinante luminária. Seus amigos aprovam instantaneamente e começaram a
surgir os pedidos. Adelaide instintivamente adere à brincadeira e
realiza os acabamentos. Então surgem as pesquisas mais apuradas e
iniciam-se as técnicas de tratamento e preparação, e cada vez mais as
luminárias fazem sucesso como objeto de efeito decorativo. Ele
colhe
o material bruto: as espatas (folha das palmeiras onde ficam abrigados
os cachos) de palmeiras diversas: imperial, jerivá, entre outras;
madeiras, raízes, e tudo que sua mente lhe indicar. Depois a trata,
passa o produto contra cupins, e prepara a montagem das folhas, sempre
com o cuidado de em nenhum momento interferir na forma natural das peças
pela natureza criada e à ele doado. Depois entra o requinte feminino de
Adelaide, que dá o acabamento final da peça. Eles também passaram a
criar incensários de bambus, bijuterias de conchas e outros adereços
femininos, porta retratos, canetas, com materiais diversos: sementes,
cizal, madeiras, etc. O ar rústico e primitivo do belo trabalho atraiu a
produção do filme americano Fly Vírus, filmado em Ubatuba, da qual
Adelaide fez toda a confecção e criação dos adereços. É ela que também
organiza exposições junto à outros artesãos e que faz a parte de
relações públicas do trabalho do casal, assim, este trabalho realizado à
quatro mãos e com muito amor já conquistou simpatizantes no Canadá, EUA,
Argentina, Chile, Portugal, França, Itália, Grécia, Japão e parte de
nosso país. Quem quiser adquirir uma destas lindas luminárias ou
conhecer o trabalho de perto poderá entrar em contato através do
endereço: Rua Fernando Almada Alencar Barros, 19, bairro Jardim
Carolina, ou através do telefone: (12)3832-6204.
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